O mercado da informação
O MERCADO DA INFORMAÇÃO
A
Ethernet não foi a única tecnologia de acesso para redes locais criada
nessa época, mas certamente se tornou o padrão mais difundido, por sua
simplicidade e eficiência, chegando a mais de 100 milhões de nós no
mundo todo. As tecnologias Token Ring, da IBM, e a Arcnet, da
Datapoint, chegaram a ter seus dias de gloria (esta ultima ainda é
largamente empregada no Japão para processos de automação industrial),
mas perderam terreno para a poderosa concorrente. O primeiro impulso
para difusão do padrão Ethernet ocorreu quando a Digital, a Intel e a
Xerox, em 1980 formaram um consorcio (DIX) para desenvolver e
disseminar o padrão que rapidamente evoluiu de 2Mbps para 10Mbps.
O
sistema Ethernet foi padronizado pelas especificações do IEEE
(Instituto dos Engenheiros de Eletricidade e Eletrônica), órgão que,
entre outras funções, elabora normas técnicas de engenharia eletrônica.
O protocolo Ethernet corresponde à especificação 802.3 do IEEE,
publicada pela primeira vez em 1985.
A conexão Ethernet
utilizava, inicialmente, dois tipos de cabos coaxiais, um mais grosso
(10 Base5) e outro mais fino (10 Base2). A partir de 1990, com o
aumento da velocidade para 100Mbps, passou-se a usar o cabo de par
trançado (10Base-T e 100Base-T), que tem a vantagem de ser mais
flexÃvel e de baixo custo. Com o advento da fibra ótica, o padrão
Ethernet já esta em sua terceira geração. A Gigabit Ethernet, com
velocidade de até 1Gbps.
Na década de 80, com a chegada dos
computadores pessoais, as redes locais começaram a ganhar impulso. O
mercado corporativo demandava soluções para compartilhar os elementos
mais caros da infra-estrutura de TI (impressoras e discos rÃgidos). A
Novell, uma empresa fundada por mórmons em Salt Lake City, no estado
americano de Utah, desenvolveu em 1983, o sistema operacional NetWare
para servidores, que usava o protocolo de comunicação IPX, mais simples
que o TCP/IP. O protocolo rapidamente ganhou força e chegou a dominar
70% do mercado mundial até meados de 1993. A década de 80 foi marcada
pela dificuldade de comunicação entres redes locais que e formavam e
que eram vistas pelo mercado como ilhas de computadores com soluções
proprietárias, como SNA, da IBM, DECnet, da Digital, NetWare, da
Novell, e NetBIOS da Microsoft.
Esse problema fez
com que um casal de namorados da universidade de Stanford, Sandra
Lerner e Leonard Bosack, decidisse encontrar uma solução para que as
redes locais de cada departamento da universidade pudessem conversar.
Diz à lenda que a preocupação do casal, que mais tarde fundaria a
Cisco, era trocar e-mails. E por isso inventaram o roteador, o
equipamento que permitiu a conexão de duas redes normalmente
incompatÃveis.
A verdade é que eles não inventaram, mas
aperfeiçoaram e muito o projeto inical de um engenheiro chamado Bill
Yeager. O produto foi lançado comercialmente em 1987. A Cisco hoje vale
Bilhões e o resto é Historia. O quebra-cabeça das redes começa a se
fechar a partir do momento que a Arpanet, em 1983, passa a ser de fato
a Internet, adotando definitivamente a famÃlia de protocolos TCP/IP. No
ano seguinte, surge outra grande inovaçã o DNS (Domain Name System),
mecanismo para resolver o problema de nome e endereços de servidores na
rede. Com a criação da World Wide Web, em 1991, e o desenvolvimento do
browser pelo fundador da Netscape, Marc Andreesen, a Internet
deslanchou para se tornar a grande rede mundial de computadores.
A
difusão do protocolo TCP/IP no mundo corporativo que passou a ser a
linguagem universal dos computadores se deu a partir das plataformas
Unix da Sun e da HP. Nos anos 90, as empresas
já estavam empenhadas em usar a informática para melhorar o processo
produtivo. O mercado começou a migrar de plataformas proprietárias para
sistemas abertos. A questão não era tecnologia, mas economia. O sistema
Unix tinha vários fornecedores, uma plataforma de desenvolvimento mais
simples e mais versátil que os tradicionais mainframes. A pluralidade
de plataformas passou a ser a regra nas empresas. Isso só foi possÃvel
porque os obstáculos à interligação de sistemas de diferentes
fabricantes já haviam sido superados.